O documentário “Pro Dia Nascer Feliz” retrata de perspectiva humana a
grande desigualdade nos modos de se fazer e receber educação no Brasil. Através
do dia a dia das escolas de três diferentes estados: Pernambuco, Rio de Janeiro
e São Paulo, expõem a fragilidade do sistema educacional e de seus principais
personagens: alunos e professores, e a divisão do sistema brasileiro de ensino
em público e privado. O mesmo
relata essas realidades que foram citadas em cada colégio, em que não são
apenas as diferenças de dedicação de alunos, violência e desrespeito contra o
outro, falta de estrutura no ambiente ou mesmo professores que se ausentam, mas
também a falta do acompanhamento dos pais, e que em certos momentos dificultam
uma realidade positiva. Nele percebemos a ideia de Rousseau de que “O
homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, em que na vida todos tem
a oportunidade, mas se relacionarmos com más pessoas terá a mesma mentalidade.
Para o diretor João Jardim, “Pro dia nascer feliz é muito mais uma
discussão sobre desperdício, falta de oportunidades que tem o jovem brasileiro”.
Esse desperdício que se refere o diretor, é expresso logo na primeira cena do
filme por uma voz adolescente: “Às vezes as pessoas realmente tem que deixar de
lado aquilo que elas acreditam pra se conservar a vida.” Deixar de lado aquilo
que se acredita é deixar de lado a motivação para ser alguém, para estudar,
para se tornar um cidadão capaz de perceber e alterar a realidade. Essa fala é
o retrato mais fiel que tudo vai mal e que é necessário à construção de uma
nova cultura escolar que humanize um pouco o mundo desumanizado no qual nos
encontramos e que nos arrasta imperdoavelmente a pensar que “as coisas são como
são e nada se pode fazer diante disso”. Esse é de fato o desperdício, que se dá
pela desigualdade ao acesso de uma educação de qualidade e mínimas condições de
se estudar, como o transporte. Um fato abordado no documentário também foi o
desvio de comportamento de adolescentes, que ingressam na vida de crimes,
assaltos, por influência de amigos ou pela falta de estrutura familiar. Isso se
torna um vício a partir do momento que acontece pela primeira vez, e depois
sair dessa realidade vai se tornando cada vez mais difícil. E a escola está
sujeita de acolher toda esta “clientela”, sem distinções, e os professores
ficam na difícil tarefa de tentar fazer com que os alunos se interessem em
aprender. Muitas vezes não conseguem, se desmotivam e seguem sua profissão sem
dedicação e comprometimento.
O documentário é fundamental para jovens estudantes, pois perceberão que
apesar dos cenários e classes sociais diversificadas, os dramas são em alguns
aspectos semelhantes, tanto no sertão nordestino quanto nas grandes metrópoles
do sudeste, claro guardando as devidas proporções. Para educadores ou
futuro educadores, é extremamente valido pois demonstrará os grandes abismos da
educação brasileira, os dramas dos professores que abdicam de muitos lazeres e
dedicam a educação.
Documentário: Pro dia nascer feliz!
Olá Mazé *
ResponderExcluirEsse documentário é realmente muito importante para os jovens, é triste ver essa realidade educacional brasileira. Parece que nada se encaixa ou faz sentido nas escolas de hoje, os jovens se mostram desinteressados e os professores cada vez mais desmotivados, ambos vão seguindo suas vidas sem nenhuma perspectiva de que um dia esse cenário melhore. É preciso mudar essa mentalidade de “as coisas são como são e nada se pode fazer diante disso” como você mesma citou, é preciso mudar sim e essa mudança deveria ser o mais rápido possível!
Sua resenha captou a mensagem do texto, Maria. Uma abordagem séria do modelo da educação brasileira se faz necessária para que as vidas desses jovens sejam poupadas e que o seu futuro não seja desperdiçado.
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